Quando os Filhos
Crescem...
Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem
eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem pequenos e frágeis os primeiros meses parecem
intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos
rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé,
andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais nos finais de semana nem férias compartilhadas em família.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais nos finais de semana nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do ninho doméstico.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam
precisar quando. Ontem eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje
são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas
que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
No dia-a-dia com os pais eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
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